E lá vamos nós…Não nunca nenhuma empresa de pesquisa global afirmou que o Brasil é o país mais ignorante do mundo. Alguns usuários compartilharam no Facebook e utilizaram disso durante discussões sobre as eleições no Brasil. Sites americanos que colocaram essa nomenclatura, e alguns brasileiros copiaram e não corresponde nada do que realmente a pesquisa se propôs que é a falta de aprofundamento nas questões sociais e não tem nada haver do que é compartilhado nas Redes Sociais.
Primeiramente a pesquisa apontada é da IPSOS (Perils of Perceptions) de 2017, no qual é um pequeno relatório com algumas questões que envolveram somente 38 países do 193 existentes hoje. Na pesquisa o relatório analisa a percepção de que o morador tem de seu país. O relatório é sobre Índice de Percepção Equivocada. Ou seja, quanto as pessoas conhecem sobre a realidade de seus países quando o assunto é homicídio, ataques terroristas, gravidez na adolescência, vacinas, Facebook e outros temas-chave do cotidiano.
Na avaliação final o Brasil é o segundo país do mundo onde há mais falta de conhecimento sobre a realidade. Em ranking que compara opiniões da população com dados de realidade em 38 países, brasileiros só estão atrás dos sul-africanos. No entanto a pesquisa tem poucos entrevistados e não distingue uma região escolhida.
Para responder a essa questão, a IPSOS entrevistou 29,1 mil pessoas em 38 países, incluindo o Brasil, entre 28 de setembro e 19 de outubro de 2017, no estudo “Perigos da Percepção”. As informações coletadas foram comparadas com dados de fontes oficiais resultando no ranking “Índice da Percepção Equivocada, baseado nas distorções entre opiniões e realidade. O Brasil ficou em 2º lugar, atrás apenas da África no Sul (1º) e seguido por Filipinas (3º), Peru (4º) e Índia (5º).
Segundo a IPSOS apenas 7% das pessoas entrevistadas no mundo pensam que a taxa de homicídio em seu país é menor do que em 2000. No entanto, ela é significativamente menor na maioria dos países. No Brasil, a taxa atual é igual a de 2000, mas 76% dos entrevistados acreditam ser maior. Quando o assunto é ataque terrorista, apenas 19% pensam que os índices de mortes são menores do que eram 15 anos antes, mas na verdade o índice caiu na maioria dos países e, em geral, está em metade do que era. As pessoas também superestimam a proporção de imigrantes que são prisioneiros em seus países: a suposição média é de 28%, quando na verdade é apenas 15% – no Brasil o número de imigrantes corresponde a somente 0,4% da população carcerária, e não 18% como acredita a população.
A pesquisa
A pesquisa global Ipsos Perils of Perceptions, realizada em 38 países em 2017, evidencia um problema massivo de falta de aprofundamento das questões sociais, o que é preocupante no mundo e no Brasil que lidera o índice das percepções equivocadas com a África do Sul e as Filipinas. Este desconhecimento pode amplificar alguns temas que não são os mais importantes para o Brasil e orientar o debate eleitoral em 2018 para prioridades erradas. Sabemos que notícias negativas chamam mais a atenção do que notícias positivas e que elas são processadas de maneira diferente pelo nosso sistema cerebral, provocando -muitas vezes- um alarmismo desnecessário. O mais preocupante com os resultados desta pesquisa é que percepções erradas geram diagnósticos errados dos problemas do país e , consequentemente, soluções inadequadas”, afirma Marcos Calliari, CEO da Ipsos no Brasil.
Segundo a IPSOS todos os países acreditam que a gravidez na adolescência seja mais frequente do que é na realidade, especialmente na América Latina e África do Sul. Os brasileiros foram os que mais erraram essa questão. O dado oficial é 6,7%, mas os entrevistados pensavam que fosse 48% – mesmo assim, dos 38 países presentes no estudo, a taxa de adolescentes grávidas no Brasil é a maior. Embora seja amplamente divulgado que não há ligação entre algumas vacinas e o desencadeamento de autismo em crianças saudáveis, seis em cada dez pessoas em todos os países pesquisados disseram acreditar na correlação ou não ter certeza de que ela seja falsa. Divergindo da percepção geral, o Brasil foi bem nessa questão. Por aqui, 54% afirmaram não haver relação entre as duas coisas.
Os entrevistados têm uma percepção errada sobre o quanto as pessoas estão conectadas em redes sociais. A estimativa geral de todos os países é que 75% das pessoas têm uma conta do Facebook quando apenas 46% realmente têm. Os brasileiros achavam que 83% estavam conectados na rede de Mark Zuckerberg, mas são 47%.
https://perils.ipsos.com/index.html .