Texto publicado no Diário do Grande ABC
por Caroline Ropero
Onde foi inventado o papel?
O papel foi inventado no ano 105 (Século II) pelo chinês Cai Lun. Para produzi-lo, era feita uma massa com fibras de árvores e trapos de tecidos cozidos e esmagados. Em seguida, a espalhavam sobre um tipo de peneira (feita com bambu e um pano esticado) e deixavam secar ao sol. Por mais de 600 anos, somente os chineses sabiam como fabricá-lo.
No ano 751, o exército árabe atacou a cidade de Samarcanda, que na época era dominada pelo império chinês. Técnicos de uma fábrica de papel foram presos e levados a Bagdá. Ao descobrirem o segredo, os árabes também começaram a fazer papel, sem revelar a técnica. No século 11, a novidade chegou à Europa e, só depois, espalhou-se pelo Ocidente.
Quando o alemão Johannes Gutenberg inventou a prensa móvel (primeira impressora), em 1440, iniciou-se a publicação de livros. No entanto, a produção de papel ainda era pequena, pois até o século 17 era feito à mão. Para aumentar a fabricação, no início do século seguinte os holandeses criaram moinhos que, com a força da água, faziam grandes pedras baterem umas contra as outras e preparavam as fibras.
Em 1799, o francês Nicholas-Louis Robert inventou a primeira máquina de fazer papel. No entanto, o resultado não era tão bom quando o feito à mão. Por volta de 1800, os irmãos ingleses Fourdrinier apresentaram um método novo de produção e melhoraram o equipamento.
Na segunda metade do século 19, a madeira substituiu os trapos de tecidos e o processo de fabricação passou a ser constantemente aperfeiçoado.
Hoje, o tronco de árvore é a principal matéria-prima para fazer o papel. Ele é cortado em pedaços pequenos, chamados cavacos, triturados e cozidos, até se transformarem em uma massa, a celulose. Essa pasta é lavada e branqueada com produtos químicos. Em seguida, é colocada em um liquidificador gigante para ser misturada com água. Nessa etapa, pode-se adicionar pigmentos para dar cor ao papel. Depois, passa por uma máquina que a deixa seca, lisa e a enrola em enormes tubos. Por fim, outra máquina corta a folha para dar o formato desejado, como o do rolo do papel higiênico ou sulfite.

Cai Lun
Sem saber fazer papel, o homem escrevia em pedras e metais
– Antes de existir o papel, o homem escrevia e desenhava em pedras e metais. Na Grécia Antiga (região onde hoje é a Turquia), utilizava o pergaminho, fabricado a partir de pele de carneiro, material muito resistente.
– Os árabes usavam papiro, feito de fibras trançadas da planta Cyperus papyrus, retirada das proximidades do Rio Nilo. Já os chineses, escreviam na seda e em pedaços de bambu.
– O primeiro papel brasileiro foi fabricado no Rio de Janeiro, em 1809, um ano após a chegada da Família Real portuguesa ao País. No mesmo ano, iniciou-se a construção de uma fábrica em São Paulo para produzir o material.
– No Brasil, são usadas duas espécies de árvores: o eucalipto, que demora seis anos para crescer e serve para fazer papel de caderno, livro e materiais de higiene; e o pinus, que atinge a fase adulta em 15 anos e é ideal para produzir papéis mais resistentes, como os de embalagens. Nosso País é o 9º produtor mundial de papel.
– Todo o papel produzido aqui é feito a partir de florestas plantadas. As árvores são cultivadas em áreas específicas. Depois, são colhidas para uso industrial. Em seguida, outra floresta é plantada e o ciclo recomeça.
– O papel está entre os produtos que apresentam maior taxa de reciclagem no Brasil.
– Em nosso País, também se produz papel a partir do bagaço da cana-de-açúcar. Já na China, há fabricação com fibras de bambu.
– O papel higiênico também foi arte dos chineses, criado em 1391. Na época, foram produzidos 720 mil folhas para uso exclusivo da corte. Os pacotes apareceram só em 1857, inventados pelo norte-americano Joseph Gayetty.
EXTRAS