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Opinião

Artigo: Herdamos uma democracia, onde está nossa cidadania?

Democracia - Artigo: Herdamos uma democracia, onde está nossa cidadania?
     Hoje vivemos ou ao menos somos levados a acreditar em um mundo de democracia e liberdade, onde todos supostamente podem exercer sua cidadania, porém mesmo com tantas arestas a serem aparadas este mundo ainda se afirma em um ideal de liberdade política e intelectual, talvez por essa razão muitas pessoas acabem vendo a política e o exercício de sua cidadania como algo irrelevante e de responsabilidade dos “nobres” políticos que elegem. Vamos então tomar como exemplo, ou mera observação critica o mundo de nossos pais e avós ha umas três décadas atrás,  existe uma forma de imaginar qual era a sensação de ser jovem naquela época? E mais, o que pensava um jovem engajado na luta por liberdade e democracia? Imagine você, em plena juventude, porém vivendo em 1968, no inicio dos chamados ‘Anos de Chumbo’ de uma ditadura vigente desde 1964. Em que você estaria pensando? O que é que você faria no dia-a-dia?
     Em 1968 trabalhadores e estudantes se levantaram no mundo inteiro. Em Paris, cidadela do tranquilo capitalismo desenvolvido, os operários fizeram greve geral e os estudantes jogavam pedras na polícia. Nos muros da capital francesa, os grafites e cartazes anunciavam o novo mundo: ‘É proibido proibir’, ‘A imaginação no poder!’, ‘Amor e revolução andam juntos’. Nos EUA, atacava-se o racismo. Tempos de Martin Luther King e de Malcolm X, grandes líderes negros. Os estudantes norte-americanos também sonhavam com um mundo justo e igualitário e milhares deles protestariam contra o absurdo da máquina de guerra Norte Americana agredir o povo do Vietnã. Na América Latina, sonhava-se com guerrilhas libertadoras. Na Tchecoslováquia, aconteceu a Primavera de Praga: os comunistas, liderados por Dubcek, tentaram construir o socialismo humanista. No Brasil, a luta era contra uma ditadura militar e um capitalismo selvagem. Desafiando abertamente o regime, os operários fizeram greve em Contagem, Minas Gerais. Pouco depois, os metalúrgicos de Osasco, São Paulo tendo como um dos lideres nosso Ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva. 
     Agora se imagine diante de tal cenário. Imagine que você é de classe média e está se preparando para o vestibular, porém o governo através da Lei Suplicy, quer impedir que os estudantes se organizem. O acordo MEC-Usaid previa a colaboração dos técnicos americanos na reformulação do ensino brasileiro. Era proposto acabar com as discussões políticas na universidade: estudante deveria apenas ser mão-de-
obra qualificada para atender as multinacionais aqui instaladas. O governo almejava um ensino superior pago, ou seja, a Universidade acabara tornando-se um privilégio da minoria. 
    A demanda de alunos era cada vez maior em contraponto ao pequeno número de vagas cedidas pelas Universidades – aliás, essa era uma das bandeiras do movimento estudantil: alargar o funil que desemboca na universidade – que curso alguém poderia seguir? A maioria desejava ser engenheiro, médico, advogado. Mas alguns optavam por conhecer o Brasil e segundo seus ideais transformá-lo em um país melhor, estes vão estudar sociologia, história, filosofia e até economia. Claro que existem pessoas alienadas, indiferentes ao que acontecia no país. Mas você e seus amigos são conscientizados. As pessoas liam o suficiente para não se sentirem alienadas. Em 1968 alguns autores eram obrigatórios: Leo Huberman, Engels, e ainda autores brasileiros como Nélson Werneck Sodré, Caio Prado Jr, Moniz Bandeira; também se lia o famoso manual marxista de Politzer.  Naquela geração quem não leu, ouviu falar. O que é suficiente para participar de um debate, que é o que mais interessava. Para aqueles de uma elite mais intelectualizada, cabe citar Marcuse, Althusser, Gramsci e Erich Fromm. No corredor da faculdade, discutia-se política. 

Em síntese o que se passava na cabeça dos jovens na época era que a revolução está ali na esquina. Era só pega-la. Tempo também de passeatas convocadas pela UNE. Na faculdade, pintavam as faixas com dizeres de senso comum como “Abaixo a ditadura” e o provocativo “Povo armado derruba a ditadura”. Ir para a passeata já era outro problema. Sua mãe tem medo, seu pai (na época, é claro, lembre-se de que estamos em 68) apoiou o golpe. Melhor ir escondido. Se você é mulher pior, porque tudo é proibido: frequentar boates, beber, chegar em casa tarde da noite, viajar com o namorado e, óbvio, ir à passeatas. Portanto, mais uma que vai escondida alegando que ia ‘ficar na biblioteca estudando’. Tudo isso talvez venha a parecer sensacional ou até mesmo exagerado para a atual geração Brasileira, que goza de uma democracia e liberdade de expressão garantida por uma constituição impressa e livre para trilhar o caminho político, não é? O problema esta ai meus caros, antes o brasileiro não tinha direito a liberdade e lutava por ela, hoje temos uma falsa liberdade e não lutamos por nada, corrupção, altos impostos, violência e desigualdade tudo isso seria um prato cheio para a geração de seus pais e avós saírem a ruas e lutar por melhorias. Mais e nós o que estamos fazendo?
 
Articulista Professor Digo Bian Filo Moreira
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